Os efeitos do Evangelho são de natureza completamente
diferente. Eles consistem em que, em primeiro lugar, o Evangelho, ao exigir a
fé, nos oferece e dá a fé na própria exigência. Quando nós pregamos ao povo:
Creiam no Senhor Jesus Cristo, Deus lhes dá a fé através de nossa pregação. Nós
pregamos fé, e toda a pessoa que não resiste obstinadamente, obtém fé. Não é,
na verdade, o mero som físico da palavra falada que produz este efeito, mas o
conteúdo da palavra.
O segundo efeito do Evangelho é que ele de modo algum
condena o pecador, mas tira dele todo terror, todo medo e toda angústia, e o
enche de paz e alegria no Espírito Santo. Quando o filho pródigo volta para
casa, o pai não se refere nem com uma única palavra à conduta abominável e
horrível do filho. Ele não diz nada, nada mesmo, a respeito de tudo isso. mas
se atira nos braços do filho, beija-o e lhe prepara uma maravilhosa festa de
boas-vindas. Essa é uma parábola gloriosa que nos mostra o efeito do Evangelho.
Ele remove toda inquietude e nos enche com uma paz celestial e abençoada.
Em terceiro lugar, o Evangelho não exige nada da pessoa: não
exige um bom coração, boa disposição, condição melhor, piedade, santidade, nem
amor para com Deus ou para com o próximo. Não dá nenhuma ordem, mas modifica o
indivíduo. Ele planta o amor no seu coração e o torna capaz de toda boa obra.
Não exige nada, mas dá tudo. Tudo isso não é motivo para nós saltarmos de
alegria?
- C. F. W. Walther, A correta distinção entre Lei e
Evangelho, pág. 33.
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